segunda-feira, 24 de maio de 2010

4 Cabeça

Várias são as formulações filosóficas e/ou científicas e mesmo de jogos de crianças que definem a não exclusiva unidirecionalidade de qualquer ação humana. "Não faça aos outros o que não queres que te façam a ti", "a minha liberdade acaba onde começa a do outro", "toda ação gera uma reação de igual força e sentido contrário", "tudo que bate volta", "repicou, perdeu", são todos exemplos de advertências de como todas nossas ações, embora teleologicamente planejadas e previamente idealizadas, uma vez que se objetivam, não podem ser por nós plenamente controladas e somos obrigados, assim, a retroagir sobre suas consequências em uma interminável cadeia de causalidades, subjetivações e novas objetivações. Até aquela célebre e muito ignorada máxima materna que nos aconselha não procurar chifre na cabeça de cavalo é uma maneira de demonstrar que o senso comum não é tão acientífico como insistem alguns manuais de metodologia científica.

Isto tudo para dizer que, de agora em diante, terei que controlar conscienciosamente um hábito que estava quase transformando-se em vício: beber café. Há regiões do nosso corpo que só damos conta da sua existência quando começam a incomodar. Assim é com vários músculos que são imperceptíveis até o dia após a primeira aventura na academia ou após a pelada do fim de semana. A frase "não sabia que eu tinha tantos músculos assim" é comumente ouvida de quem insiste em se dispor a uma esporádica vida não sedentária. Não é exatamente o que está acontecendo com o meu músculo orbicular do olho esquerdo, mas é quase: começou a se contrair repetida, involuntária e espasmodicamente, o que incomoda mais do que gente que acha que vence um discussão por falar mais alto que os outros.

Além de tomar conhecimento das vicissitudes que órgãos do nosso corpo possam ter, situações como esta nos possibilitam o conhecimento de coisas novas, como, por exemplo, o nome pelo qual os médicos costumam chamar estes espasmos oculares: blefaroespasmo é a palavra. Eu quase não consigo resistir a tentação de seccionar esta palavra em "blefar o espasmo", o que significaria que a irritação profunda que isso causa em mim seria resultado de um enganação proposital de um músculo facial (com o perdão da rima). Aprendi também que isso pode ter como causa o excesso de cafeína, substância que, dadas as suas prováveis consequências quando consumida em excesso, não poderia ser comercializada tão livremente como é.

Mas não era nada disso que eu queria falar. O que eu queria mesmo era disponibilizar o link para download de um disco conjunto do Maurício Baia, Gabriel Moura, Luis Carlinhos e Rogê, que se reuniram para compor um trabalho muito interessante com as parcerias que existem entre eles. Um disco muito bem feito, de cuja singeleza não se pode esperar, entretanto, falta de propósito. Da minha parte, acredito que a simplicidade do disco é resultado de um trabalho muito cuidadoso de produção, em que as revisitações de algumas músicas já conhecidas destes caríssimos senhores tinham o objetivo de criar um corpo unitário na concepção do álbum.

Vale a pena conferir e deixar que estes 4 cablocos façam a sua cabeça - tal como eles reivindicam.






Downloadeie este disco

sexta-feira, 7 de maio de 2010

José Paulo Netto - O Método em Marx (mp3)

Dando prosseguimento à divulgação de materiais básicos para o movimento de rediscussão da obra marxiana em tempos de crise do capital, disponibilizo aqui os arquivos de áudio (mp3) de um curso ministrado pelo prof. José Paulo Netto sobre o método em Marx.

Aqui ele apresenta o percurso intelectual de Marx no contexto histórico de crise social alemã e européia do século XIX, que contou com a constituição do proletariado enquanto classe-para-si, especialmente a partir de 1848. Apresenta a especificidade da obra marxiana e suas diferenças essenciais - do ponto de vista teórico-metodológico e político - aos principais pensadores das ciências sociais, como Weber e Durkheim.

O curso está dividido em 10 arquivos.

Enjoy it!

Aula 1 - parte 1
Aula 1 - parte 2
Aula 2 - parte 1
Aula 2 - parte 2
Aula 3 - parte 1
Aula 3 - parte 2
Aula 4 - parte 1
Aula 4 - parte 2
Aula 5 - parte 1
Aula 5 - parte 2

sábado, 1 de maio de 2010

Sergio Lessa - Trabalho e Sujeito Revolucionário no Capitalismo Contemporâneo (MP3)

Malavisados possíveis leitores de tão malfadado blog, disponibilizo para quem se interessar os áudios de um curso que o professor Sergio Lessa (UFAL) lecionou a respeito da obra "Ontologia do Ser Social" de Lukács.

Neste curso, ele aborda o percurso do pensador húngaro nos quatro capítulos sistemáticos da Ontologia: Trabalho, Reprodução, Ideologia e Alienação. E termina com sua abordagem peculiar a respeito do problema da revolução no capitalismo contemporâneo, o problema das classes sociais e o problema do sujeito revolucionário. Vale a pena ouvir.

O que eu fiz foi extrair o áudio das filmagens deste curso disponíveis na página da internet do próprio professor Lessa (www.sergiolessa.com).

Espero que aproveitem.

Trabalho e Sujeito Revolucionário no Capitalismo Contemporâneo - parte 1
Trabalho e Sujeito Revolucionário no Capitalismo Contemporâneo - parte 2
Trabalho e Sujeito Revolucionário no Capitalismo Contemporâneo - parte 3
Trabalho e Sujeito Revolucionário no Capitalismo Contemporâneo - parte 4
Trabalho e Sujeito Revolucionário no Capitalismo Contemporâneo - parte 5
Trabalho e Sujeito Revolucionário no Capitalismo Contemporâneo - parte 6
Trabalho e Sujeito Revolucionário no Capitalismo Contemporâneo - parte 7
Trabalho e Sujeito Revolucionário no Capitalismo Contemporâneo - parte 8
Trabalho e Sujeito Revolucionário no Capitalismo Contemporâneo - parte 9