quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Especial de Natal - Ted Gugu e Os Espanta Nenem

Nesta época do ano - em que a propaganda não nos deixa esquecer com a perseverança que lhe é própria em nos fazer lembrar (redundante de propósito) de que este é um momento de aprimoramento da nossa solidariedade com os outros através do consumo e das compras - me vejo fortemente inclinado a partilhar com aqueles malfadados, ociosos, circunspectos e desavisados visitadores de tão humilde espaço virtual, isto é, com vocês, possíveis leitores, uma das últimas bandas pela qual tenho alimentado uma inestimável admiração. Há tempos venho esperando um momento propício para disponibilizar suas belas canções aqui neste blog, mas como a segunda parte da "demo" (desculpas ao Pe. Marcelo) ainda demorará a sair, cedo (do verbo ceder) à ansiedade e deixo logo abaixo o link para download de suas cinco primeiras músicas, dentre as quais se antecipam 3 inevitáveis hits.

Banda de Maringá, Ted Gugu e Os Espanta Nenem soa bem aos ouvidos não só pelo seu registro de batistério (ou, se quiserem, simplesmente "nome"), mas também pela verve humorística a perpassar suas letras, que aproveitam a pegada punk de uma boa combinação de "power chords" e o timbre característico do vocal para grudarem na minha memória e serem a causa dos reicidivos sorrisos despropositados que muitas vezes me fazem passar vergonha quando estou na companhia tediosa de certos interlocutores e substituo a reivindicada atenção na conversa por repentes de imitação gratuita das levadas de baixo e bateria "a la Ramones" que marcam a visceralidade dessa amostra de cinco músicas.

A banda tem se apresentado em bares de Maringá e vem conquistando fiéis simpatizantes. Além dessas cinco, outras seis já foram levadas ao estúdio, mas serão retocadas para virem a compor sua demo de estréia posteriormente. De qualquer modo, 2009 promete para Ted Gugu e Os Espanta Nenem e consequentemente para quem gostar da banda.

A página da banda na internet é www.myspace.com/tedgugu


Demo - Berçario Para Lunáticos






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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Latuya - Alegorias Gratuitas

"Consonâncias e dissonâncias plasmam-se num mesmo veio: guitarra-baixo-bateria-trompete por onde reverberam ecos de rock, samba e jazz, rasgando amor em lâmina afiada, em versos de samba-canção. Certeiras são as intromissões, de sons latinos, ou de "Fábulas", aí onde a dor cega marca a trajetória desse grupo carioca.

Mas, afinal, a que veio Latuya? Se não é por partidas e chegadas que se guia o magma de qualquer arte, mas em travessia, descaminhos das batidas, notas, palavras.

Latuya, latinacortante, demonstra toda a gana de uma banda que surge para marcar presença, com talento, rebeldia, persistência; não para ser astro raso de quinze minutos de fama.

"Mismo que su corazón sea un hijo de la madre tristeza."

Leonardo Vieira de Almeida







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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Estou lendo: A Teoria da Alienação em Marx

"Marx é acusado, com frequência, de ´determinismo econômico´. Supõe-se que ele tem a ingênua idéia segundo a qual a economia determina, mecanicamente, todos os aspectos do desenvolvimento. Não é preciso dizer que tais acusações não podem ser levadas a sério. Pois - como já dissemos - na visão de Marx o primeiro ato histórico do homem é a criação de sua primeira necessidade nova, e nenhuma determinação mecânica pode explicar isso. Na concepção dialética de Marx o conceito-chave é a ´atividade humana produtiva´, que nunca significa simplesmente "produção econômica". Já desde o princípio ela é muito mais complexa do que isso, como de fato indicam as referências de Marx à ontologia. Defrontamo-nos aqui com uma estrutura extremamente complicada, e as afirmações de Marx sobre a significação ontológica da economia só serão compreendidas se forem capazes de apreender a idéia marxiana das múltiplas mediações específicas, nos mais variados campos da atividade humana, as quais não são simplesmente ´construídas sobre´ uma base econômica, mas também estruturam esta última, por intermédio de sua estrutura própria enormemente intrincada e relativamente autônoma. (...) Se a ´desmistificação´ da sociedade capitalista, devido ao ´caráter fetichista´ de seu modo de produção e troca, tem de partir da análise da economia, isso não significa de nenhum modo que os resultados dessa investigação econômica possam ser simplesmente transferidos para outras esferas e níveis. (...)

Evidentemente, o ´determinismo econômico´ nega a inter-relação dialética de temporalidade e atemporalidade, de descontinuidade e continuidade, de história e estrutura. Opõe à concepção dialética marxiana um modelo mecânico no qual uma estrutura atemporal de determinações prevalece. (Alguns dos chamados ´marxistas estruturalistas´, com sua rejeição antidialética do ´historicismo´, são representativos do ´determinismo econômico vulgar´, com um disfarce ´estruturalista´ culturalmente em moda. Foi essa velha tendência do ´determinismo econômico vulgar´ que levou Marx a dizer, há muito tempo: ´Eu não sou marxista´.) O conceito de mediações complexas está ausente da visão dos deterministas econômicos que - ainda que inconscientemente - capitulam ante a ´necessidade econômica cega´ que parece predominar por meio do caráter fetichista do capitalismo, pela alienação e reificação das relações sociais de produção do capitalismo. (As Geisteswissenschaften ["ciências do espírito"] e - mutatis mutandis - suas versões estruturalistas modernas são, quanto à sua estrutura conceitual fundamental, uma forma mistificada de determinismo econômico ´de cabeça para baixo´, na medida em que lhes falta o conceito crucial de mediação. Elas refletem o mesmo tipo de determinações mecânicas diretas sob nomes ´espiritualizados´. Consequentemente, evidenciam uma negação rígida de toda a historicidade, ou então inventam uma pseudo-história do ´espírito´, desprovida das transições e mediações dialéticas objetivas que caracterizam uma genuína exposição histórica. É bastante significativo que alguns ´estruturalistas marxistas´ possam oscilar, com maior facilidade, entre as categorias de Geisteswissenschaften e seus próprios conceitos pseudomarxistas - isto é, conceitos deterministas econômicos vulgares.)"

István Mészáros. A Teoria da Alienação em Marx. pp. 108-109

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ted Gugu e os Espanta Nenem - Tuinal Gardenal

Banda de Maringá muito boa, que faz um "rock ´n punk roll, mother fucker" muito da hora!

Ted Gugu e os Espanta Nenem - July

Banda de Maringá muito boa, que faz um "rock ´n punk roll, mother fucker" muito da hora!

Ted Gugu e os Espanta Nenem - Menina de Família

Banda de Maringá muito boa, que faz um "rock ´n punk roll, mother fucker" muito da hora!

Ted Gugu e os Espanta Nenem - Como você engordou!

Banda de Maringá muito boa, que faz um "rock ´n punk roll, mother fucker" muito da hora!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A Marcha da Insensatez

ESCREVER SOBRE a vulnerabilidade da economia brasileira era uma heresia há poucas semanas. Agora, quase se tornou desnecessário. Desabam as mistificações sobre as nossas blindagens. A fase aguda da crise mal começou e já tivemos de recorrer a um empréstimo de US$ 30 bilhões do Fed (o banco central dos EUA), que dispensou intermediários e passou a operar como emprestador de última instância a bancos centrais vulneráveis. Uma consulta a alguns números da economia brasileira mostra por que entramos na primeira lista de países socorridos, ao lado de México, Coréia do Sul e Cingapura. Desde 2002, mais de 80% do que recebemos do exterior, na forma de saldo comercial, foi enviado de volta, na forma de remessas de serviços e rendas.

O pequeno saldo restante fica longe de explicar o acúmulo de cerca de US$ 200 bilhões em reservas, alardeado como sinal de solidez. A maior parte dessas reservas foi formada com capital externo de curto prazo, atraído ao Brasil pelos juros altos e aqui distribuídos em ativos dotados de elevada liquidez. As reservas brasileiras são a contrapartida de um passivo líquido que, ao se mover, pode reduzi-las a pó. Enquanto o governo comemorava o 'fim da dívida externa', formava-se uma nova dívida mais perigosa.

Esse capital de curto prazo não planta um pé de alface. Ao contrário: ao entrar, valoriza o câmbio e contribui para fragilizar o sistema produtivo. Não faltaram advertências sobre isso. Mas a valorização cambial tinha aliados poderosos: ajudava o BC a atingir as metas de inflação, aumentava as remessas de lucros das empresas multinacionais e permitia gigantescos ganhos aos
especuladores. Passear com recursos pelo Brasil, remunerando- os com a nossa generosa taxa de juros, e remetê-los em seguida para fora, comprando dólar barato, foi o melhor negócio do mundo nos últimos anos.

Enquanto isso, a nossa pauta de exportações se empobrecia, concentrando- se naqueles produtos em que temos grandes vantagens comparativas - as commodities. Todos sabem que, no longo prazo, isso é perigoso. Porém, um dos subprodutos do ciclo especulativo foi justamente o aumento de preços dessas mercadorias de baixo valor agregado. Nossas exportações estagnaram em quantum, mas cresceram em valor, ocultando temporariamente o problema. Em paralelo, para que os exportadores brasileiros compensassem o câmbio ruim, o BC os estimulou a entrar pesadamente na especulação com moedas. A bolha se disseminou. As advertências de que o arranjo tinha pés de barro foram sistematicamente desqualificadas.

Mesmo com a crise internacional se avolumando desde agosto de 2007, não adotamos salvaguardas. Colheremos os resultados em 2009. As empresas que tiveram grandes perdas cortarão investimentos. Com a queda nos preços das commodities, o saldo comercial ficará perto de zero. As remessas de recursos ao exterior aumentarão, elevando o déficit externo. O BC adotará políticas recessivas, que provavelmente incluirão um novo choque de juros. Os prejuízos serão repassados ao Tesouro Nacional, contabilizados como déficit público, reforçando o coro favorável a mais uma rodada de cortes em gastos essenciais, como se salários de professores e investimentos em infra-estrutura fossem a causa da crise. É a marcha da insensatez.

O Fed deixará conosco US$ 30 bilhões até abril de 2009, para que possamos segurar a oscilação cambial e acalmar os mercados. O capital de curto prazo, com certeza, entendeu o recado: tem seis meses para ir embora sem maiores perdas. Depois, seja o que Deus quiser.

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CESAR BENJAMIN, 53, editor da Editora Contraponto e doutor honoris causa da Universidade Bicentenária de Aragua (Venezuela), é autor de 'Bom Combate' (Contraponto, 2006). Escreve aos sábados, a cada 15 dias, nesta coluna.

Publicano na Folha de São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2008

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Tianastácia

Acebolado (1996)




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Álbum Branco (1997)



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Tá na Boa (1999)



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Criança Louca
(2000)





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Ney Matogrosso Interpreta Cartola (Ao Vivo)






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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Tommy Emmanuel - Nine Pound Hammer 5/7/2008

O fdp tem a petulância de cantar junto ainda... Tô fã!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Tommy Emmanuel - Guitar Boogie

Rock ´n Roll, baby!

Quero ver quem consegue ficar sem mexer, no mínimo, os joelhinhos.

Oswaldo Montenegro - Intimidade (áudio do DVD)







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Zeca Baleiro - O Coração do Homem-Bomba (Vol. 1)






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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sumário - Paulo Leminski

As versões digitais dos livros têm também lá suas desvantagens. Podem ser passageiras, instantâneas, mas as têm e podem ser fonte de deliciosos enganos. Aconteceu um desses comigo neste exato momento, motivo que me fez dedicar-lhe uma postagem.

Estava eu procurando algo para ler no computador, quando decidi voltar a ler os "Anseios Crípticos 2" do Leminski. Era a terceira vez que o começava. As duas anteriores não o finalizaram e havia muito tempo que deixara pra lá a empreitada. Enfim, comecei a lê-lo e uma coisa interessante aconteceu. Por um momento, eu me esqueci que livro de poesia costuma ter sumário e comecei a ler o Sumário do livro como se fosse mais uma poesia do Leminski. Não sei por que não atinei que o Sumário estava ali justamente para indexar as poesias no livro e que aquilo que para mim eram os versos não passavam, na verdade, da hierarquia das poesias por ordem de chegada. Ri sozinho e achei graça nisso, e decidi postar o sumário do livro no blog. Leiam-no desconsiderando o fato de saberem que trata realmente do sumário de um livro, acreditando que seja mesmo mais uma sacada do Leminski e vejam se não dá pra se enganar. E deliciosamente.

sumário


m, de memória
latim com gosto de vinho tinto
um texto bastardo
taiyo to tetsu: entre o gesto e o texto
lennon rindo
ferlinguete-se!
o uivo e o silêncio
jarry, supermoderno
folhas de relva forever: a revelação permanente
méxico
sertões anti-euclidianos
trans/paralelas
significado do símbolo
o veneno das revistas da invenção
grande ser, tão veredas
e o vento levou a divina comédia
poeta roqueiro
aventuras do ser no nada: quem tem náusea de Sartre?
tímidos e recatados
tradução dos ventos
prosa estelar
bonsai: niponização e miniaturização da poesia brasileira
história mal contada

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Vai Uma Opinião Formada aí?

Opinião sobre qualquer coisa todo mundo tem. Mesmo havendo aqueles que, às vezes, quando instigados, viram o rosto impacientes sem antes lançarem um olhar detonador de petardos invisíveis, mas sensíveis, ou aquel´outros que escondem o mesmo rosto atrás das mãos induzindo-nos a pensar que a qualquer momento nos surpreenderão com um "Achou!" como se estivesse a tratar com crianças. O fato é que, no Brasil, a aludida fertilidade do solo reverbera nas metalidades e torna possível a paráfrase: no Brasil, em se tratando de opinião, espremendo, tudo dá!
Isso é bom? Nã sei. Mas incomoda um pouco, porque todo mundo se torna um formador de opinião. A alcunha pode trazer um aprazido afago no ego sem que necessariamente se escape de ser ridículo. Imagine o diálogo de dois velhos conhecidos que se encontram por acaso numa partida de badminton:

- Ô rapá, há quanto tempo?

- Vixe, acabei de chegar, mas acho que deve ter uns 10 minutos jogados só. Você também está torcendo para os de camiseta branca e shorts azuis?

- Putz! Ainda com aquele problema de dislexia? Não procurou ajuda especializada?

- Procurei, mas sabe como é, você pega essa crise toda acontecendo, junta a minha dificuldade de entendimento, adiciona a chatice de procurar alguma coisa no emaranhado de letrinhas minúsculas das páginas amarelas, no final, o máximo que você consegue é acabar caindo no escritório de um bom retórico que hoje ganha a vida como formador de opinião.

- Hum. Sei. Formador de opinião, é? Então, sarar, você não sarou, mas saiu de lá com sua opinião formada.

- Iss. E pra garantir ele ainda me deu um certificado que comprova a formação da minha opinião.

- Puxa, vida. Me passe, então, o endereço, que eu vou procurar esse sujeito. Quero ter minha opinião formada por ele. Saio de lá com opinião formada, graduada e com canudo. Posso até ganhar vantagens no mercado de trabalho.

O disléxico passa o endereço - errado - para o outro, que sai feliz sem saber que tinha sido enganado pelo amigo, cujo senso de sobrevivência o obrigou a eliminar um possível concorrente.

Faz-se necessária uma correção. A paráfrase mais acima ficou contraditória com os efeitos do diálogo menos acima, o que nos obriga a uma alteração à contragosto. Como atualmente ninguém está dando nada, pois ninguém mais acredita no ditado que tenta nos convencer de que "em se dando, recebe-se em dobro" e está sendo muito difícil esperar até o pagamento divino, a paráfrase forçosamente tem que ser outra: no Brasil, em se tratando de opinião, espremendo, tudo vende!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Estou lendo: História do Cerco de Lisboa de José Saramago

"O exército não terá de avisar as famílias por telegrama, No cumprimento do seu dever caiu no campo de honra, maneira sem dúvida mais elegante que explicar mui por claro, Morreu com a cabeça esmagada por uma pedra que um filho da puta de um mouro atirou lá de cima, é que estes exércitos ainda não têm cadastro, os generais, quando muito, e muito pela rama, sabem que ao princípio tinham doze mil homens e daqui para adiante o que têm a fazer é ir descontando todos os dias uns tantos, soldado na frente de batalha não precisa de nome, Ó sua besta, se recuas levas um tiro nos cornos, e ele não recuou, e a pedra caiu, e ele morreu" (p. 285).

Para quem já leu algum livro do Saramago fica fácil identificar os cortes textuais, isto é, onde fala o narrador, onde falam os personagens e onde há citações das mais variadas. Para quem não leu nenhum livro do Saramago, além de desejar os pêsames, basta dizer que estes cortes estão indicados por vírgulas seguidas (ou não) de uma letra maiúscula.
Nesta passagem, o autor da fictícia História do Cerco de Lisboa está narrando parte da batalha entre cristãos e mouros pela tomada da cidade de Lisboa - nesta passagem, ainda em mãos muçulmanas.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Contos da Meia Noite

Segue abaixo uma amostra do que foi uma ótima idéia da TV Cultura: filmar ótimos atores declamando contos de célebres autores nacionais. À medida que vou fazendo o upload, vou colocando aqui para vocês.

PS: todos os arquivos estão em .flv

A Cabeça - Luis Vilela (por Giulia Gam)

A Filha do Patrão - Artur Azevedo (por Beth Goulart)

A Medalha - Lygia Fagundes Telles (por Maria Luisa Mendonça)

A Moralista - Dinah Silveira de Queiroz (por Maria Luisa Mendonça)


A Passagem - Leo Trombka (Paulo Cesar Pereio)

Rafael Castro e os Monumentais




Tenha a bondade de downloadear este excerto.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A bela rabisqueira contra a página em branco

- Diz-que criança é "uma página em branco onde se pode escrever um belo livro".

- Quem diz-que é isso?

- Ah, um sujeito aí.

- Não conhece?

- Devo conhecer, mas não lembro. Pra mim, é um sujeito meio indefinido.

- Indefinido ou oculto?

- Pensando bem, do tanto que isso é repetido pela boca do povo, esse tal de sujeito está mais pra onipresente.

- Pois é, mas se você, por acaso, encontrar esse cabra por aí, avise ele que eu vou dar um safanão nas ventas dele.

- Oxe! E por que?

- Oxe! Como é que fala e faz o povo repetir que criança é página em branco! É nunca que é! Criança é bem sabida, sim senhor. Tenho até medo, às vezes.

- E é mesmo. Sei não, mas tenho pra mim que elas estão mais espertas que nós. Acho que é por causa da televisão.

- Outro dia, me vi num perrengue danado tendo que explicar pro meu menino umas coisas sobre a páscoa que eu não sabia: esse negócio de Jesus morrer todo ano na sexta-feira-santa e a reza dizer que ele ressuscita no 3° dia, quando, na verdade, ele ressuscita mesmo é dois dias depois, no Domingo. Que jeito que explica isso pro moleque?

- Ixi, rapaz, sei não. Mas vou manter meu menino meio afastado do seu por uns tempos.

- Certo faz você. Meu menino é um tiquinho de nada, mas me põe contra a parede que é um deus-nos-acuda.

- Mas será que, por isso, dá pra dizer que não é página em branco?

- Se dá! Tudo bem que pode não ser já escritinho bonitinho em arial 12, mas que é uma bela duma rabisqueira, isso é.

domingo, 10 de agosto de 2008

Miss Luft e a Foto sem Graça

Eu sei e tenho me esforçado muito. Já cedi às insistências de alguns amigos que me pedem para deixar de ser intransigente e ser mais flexível com alguns costumes alheios. Mas há modas que eu não consigo entender. No círculo universitário, há uma espécie de "máxima" que sentencia que a origem do artigo desqualifica o artigo, usada para incentivar o “não botar muita fé” em análises cujo objetivo não vai muito além de criação de um senso comum que justifique tomadas de posição precipitadas. O fato que me levou a escrever esta postagem, no entanto, não tem nada a ver com isso. Desculpem.

É que eu estava folheando a revista Veja e reparei numa coisa. Parantesis: não gosto da revista, embora seja muitas vezes forçado a lê-la, especialmente quando freqüento cafeterias, consultórios e ambientes afins; isso é engraçado porque, a despeito da aura de seriedade que ronda a publicação, nesses lugares ela fica exatamente no lugar que acredito caber a ela: ao lado de revistas de fofocas, de conselhos astrais, cuja superficialidade invariavelmente leva a quem mergulha em suas leituras freqüentes traumatismos crânio-encefálicos. Parêntesis. Me chamou a atenção aquela coluna da Lya Luft. Mas não foi o texto; foi a foto dela. Li o texto, mas não me surpreendi com ele. Achei engraçada a foto.


Não tem nada de mais com o retrato dela: é o mesmo de sempre. Já cansei de vê-lo lá, mas dessa vez ele me justificou uma gargalhada que soou estranha para os pacatos tomadores de café que estavam a meu lado. A foto tem o formato de uma 3X4 (danem-se aqueles que forem medir as reais dimensões da foto). Apesar disso, percebe-se que a pose de miss Luft não é a tradicionalmente encontrada em fotos 3X4 encontradas por aí. Ela está com o corpo inclinado para frente, com uma leve rotação de tronco e estampa um semblante misto de sereno e de gravidade. Sabe aquela pose a que os fotógrafos insistem em te submeter? Aquela em que você, sentado, tem que inclinar o tronco, apoiar os cotovelos nos joelhos e ficar olhando pra máquina com cara de foto? Então, é essa a da Lya, mas recortada em 3X4.


Depois de ter contado isso, percebi que é quase certeza que esse relato não vai ter graça para ninguém. Eu, pelo menos não ri agora nem 15% do que ri quando vi a foto na cafeteria. Mas, como o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser e como eu já tinha escrito mesmo, quis não desperdiçar o tempo. Afinal é somente um clique que separa a publicação corajosa de um ridículo da sua omissão envergonhada.


Passar bem!


segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Discussões orkutianas

Tem gente que leva muito a sério as discussões nas comunidades do orkut. Eu sei que a internet possibilitou uma boa democratização da expressão das opiniões. Mas, se não há um corpo editorial que julgue o que deve ser ou não divulgado na net, que pelo menos algumas pessoas tenham o cuidado de revisar o que dizem. Pelo menos isso.


Exemplo abaixo.


segunda-feira, 28 de julho de 2008

Tirinha "Malvados"

Coleção "Primeiros Passos"

Ontem, eu fiquei impressionado com uma coisa que vi no Faustão. A impressionalidade da coisa teve várias fontes: 1° porque fiquei impressionado por uma coisa que vi no Faustão, logo no Faustão; 2° porque fiquei impressionado com um garoto de 3 anos que sabe ler, cujas primeiras palavras lidas foram de uma conta de banco do avô aos 10 meses de idade! Tem criança que nem andar sabe com essa idade; 3° porque há uma estimativa de que, no Brasil, existam aproximadamente 13000 crianças com essa característica, ou seja, nem é tão raro assim.

Se no álbum de família é mais comum encontrarmos a história fotográfica das crianças com os seguintes capítulos "Primeiro Dente, Primeiro Engatinhar, Primeira Frase, Primeiro Passo, Primeiras Letras", para essa criança, o primeiro capítulo da vida será "Como li aos 10 meses de idade a correspondência do meu avô"!. Legal, não?

Imbuído de tamanho sentimento de surpresa foi que decidi facilitar aos incautos e fugazes possíveis leitores deste humilde blog o caminho para, como largamos na frente, não deixarmos que, pelo meos, este guri nos alcance. Temos alguns anos na frente dele. Keep walking! Fast!

Segue abaixo alguns volumes da famosa coleção "Primeiros Passos" da editora Brasiliense. À medida que for encontrado outros, vou adicionando à lista do blog.

O que é Ideologia? - Marilena Chauí

O que é Imaginário? - François Laplatine

O que é Loucura? - João A. Frayze Pereira

O que é Metafísica? - Heidegger

O que é Religião? - Rubem Alves

O que é Semiótica? - Lúcia Santaella

O que é Filosofia? - Caio Prado Jr.

O que é Sociologia? - Carlos Benedito Martins

O que é Cinema? - Jean Claude Bernadet

O que é Dialética? - Leandro Konder

O que é Ética? - Álvaro L. M. Valls

sexta-feira, 25 de julho de 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Ecos Falsos - Cifras

Eu reforço o convite já feito anteriormente neste humilde sítio de internet. Logo ali no menu à direita, procurem pelo link do Ecos Falsos e baixem o disco deles. Não se arrependerão. Garanto. Depois de ouvirem, voltem a esta postagem e, para aqueles que arriscam no violão, usem essas cifras que consegui tirar do Cd deles. Eu não sei se acertei, mas me esforcei bastante.

Aquele abraço!

Fim do Milênio

Intro: G C9 (repete)

(G C9)
Hoje é dia de guerrilha em pleno Afeganistão
Palestino jogou bomba mas não teve a intenção
Presidente democrata nunca mais fumou charuto
Tem cientista escocês que diz que vai clonar o Pluto

REFRÃO:
Bb C
O milênio já acabou e há muita coisa no ar
Bb
Se o céu pegasse fogo, alguém iria notar?
A
O milênio já acabou e isso não é tão ruim
C
Pois é, estamos perto do fim

(G C9)

Papapa papapa papapa papapa

(G C9)
Animais e seus programas são sucesso na TV
Uma loira e sua bunda: é a nova MPB
Cidadão caucasiano se esqueceu que a vida é bela
Tomou um fora na internet e se jogou pela janela

REFRÃO

(G C9)
Papapa papapa papapa papapa

Durante o solo, a base no violão faz essa sequência:
G F Em D7

G D
E o mundo caminha para mais mil anos
Bb
Com suas seitas suicidas e governos desumanos
G D
Ninguém sabe quem vai ser o próximo inimigo
Bb
Mas os mísseis já vêm vindo, e eles são americanos
G D
Os satélites transmitem tudo por TV a cabo
Bb
Pra quem veio do macaco, já é bem mais que o esperado
G D
Qualquer um é cidadão na proporção do que consome
Bb C (G C9)
Será que estamos indo para o lado errado?

REFRÃO

(G F Em D7)
Papapa papapa papapa papapa

Eu Nunca Ganho

Intro: D F G

D
Ultimamente, eu me sinto diferente
F G
Eu nunca ganho nada, será que eu estou doente?
D
Eu nunca ganhei nada desde que eu era pequeno
F G
Prometi não tomar banho agora estou aqui fedendo

[Intro]

D
Mas será que sou só eu que nunca ganho nesse mundo?
F G
Quando jogo paciência eu só fico em segundo
D
Eu nem sei porque estou lhes contando a minha vida
F G
A história é muito chata e não vale as feridas

[Refrão]
D
Eu nunca ganho, eu nunca ganhei,
F G
Será que nessa vida, eu nunca ganharei?
D
Será que vale a pena viver e nunca ganhar
F G
Acho que o problema é do meu DNA

Eu me sinto como um russo no cinema americano
Eu sou sempre o bandido retardado e insano
Eu nunca ganho, eu me sinto tão vazio
Viver nunca ganhando, onde é que já se viu?

Eu nunca ganho aplauso quando eu canto essa canção
A minha auto-estima já se foi há um tempão
Eu nunca ganhei dez da crítica especializada
Eu nunca ganho tudo, eu nunca ganho nada!

[Refrão]

Bolero Matador

Intro: Bm A G F# G F# G

Bm A
Amor, como foi que deixamos o tempo
G
Nos tornar seres tão violentos
F# G F# G
Que nos tiveram de internar

Bm A
Amor, sempre fomos irmãos siameses
G
De tão juntos, brigamos às vezes
F# G F# G
Só a polícia pra apartar

Bm A
Amor, nossa vida que era tão bela
G
Tropeçou e caiu da janela
F# G F#
Foi o que eu disse ao promotor

[Refrão]
G
Dançemos então
Bm
Para aliviar nossa dor
G
Dançemos então
F# G F# G
Esse bolero matador

Solo: Tocar Intro

Bm A
Amor, você quer acertar nossas contas
G
Mas vejo no punhal que me apontas
F# G F# G
Que não queres conversar

Bm A
Amor, enquanto nós rolamos no asfalto
G
Um Scania aparece, tão alto
F# G F# G
Não vai dar pra desviar

[Refrão]

Solo: Tocar Intro

Bm F#
Amor, não diga nada
G
De hoje não passa
F# G F# G
Tudo acabou

[Refrão]

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Memória "Roda Viva"

De uns tempos para cá, venho me sentindo como se estivesse em uma sinuca de bico. Eu era acostumado a assitir so Roda Viva da TV Cultura toda segunda-feira à noite. Isso só quando tomava a liberdade de faltar à faculdade. Acontece que, há alguns meses, o CQC veio dividir minha antenção com o Roda Viva. Não sei o que fazer. Ambos são simulaneamente transmitidos.
Dias atrás estava eu passeando pela internet quando recebi a notícia de que a TV Cultura em parceria com a Fapesp disponibilizou (não sei se) todas as entrevistas já realizadas no programa. As entrevistas estão disponíveis para consulta no sítio http://www.rodaviva.fapesp.br/

Aproveitem!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Pato Fu - Discografia

Acontece, vez ou outra, de a minha preguiça ir descançar fora de mim e, em substituição interina, acomoda-se uma motivação significativa que me põe em movimento. Se não eu completamente, pelo menos em partes.
Outro dia, decidi que ia me dispor a ter o trabalho de fazer o upload da discografia oficial do Pato Fu. Porque sabem o que acontece? Disponibilizar links de download não é difícil. Basta dar uma pesquisadinha em alguns blogs, copiá-los e colá-los aqui. Procedimento muito comum em trabalhos escolares e universitários. O problema é quando o link expira e você nem sabe. Links expirados em um blog que se sustenta pela função de permitir o acesso gratuito a arquivos é um sinal de perda do direito de existir. Por isso, estou fazendo uploads em contas próprias de servidores estáveis, cujo problema principal é a redução da velocidade de download. O trabalho, portanto, é duplo: o do upload e o de colocá-lo aqui no blog.
Acontece que eu não resisto ao meu senso de responsabilidade, que me obriga a retribuir de alguma forma aquilo que usufruo. Então, caros mal-agradecidos, segue abaixo a discografia do Pato Fu, exceto o último disco, que está em postagem anterior.

Rotomusic de Liquidificapum (1993)



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Gol de Quem? (1994)



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Tem mas acabou (1996)



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Televisão de Cachorro (1998)




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Isopor (1999)



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Ruído Rosa (2001)




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Toda Cura para Todo Mal (2005)



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sexta-feira, 13 de junho de 2008

Microwave vs. Cell phone

Verdade ou Animação?

Celular Mutante

Verdade ou animação?

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Maria Rita - Samba Meu

Então, dizem os doutos em aritimética - principalmente aqueles que são ortodoxamente avessos às influências dilacerantes do relativismo - que imediatamente após o "segundo", no sentido de número cardinal, não de medida de tempo, vem o terceiro. Entretanto, já nos diziam os poetas que em suas latas tudo-nada cabe. E cabe porque eles usam sua licensa poética com sofreguidão.

Maria Rita - embora não seja nem poeta nem letrista (pelo menos que se conheça), mas circula bem pelo círculo dos artistas com talento - não acha necessário denominar o seu primeiro disco de "primeiro", toma a liberdade de nomear o segundo como "homônimo" do lugar que lhe cabe na sequência de sua obra, e renega esta tendência (iniciada pelo segundo, se isso pode ser possível), nomeando o seu terceiro com "Samba Meu". Será que com isso ela esteja tentando dizer que não existe propriamente uma linha evolutiva na sua obra fonográfica? Eu não sei, não quero saber, mas não tenho ravia de quem venha a saber, não. Aliás, deixo aberto o blog para possíveis considerações-intervenções, embora tenha certeza que debates de semelhante natureza não são apreciadas pelos simples aproveitadores de links que visitam este blog.

Independente destas divagações, ela está muito gata. Para comprovar, vide ela participando do especial da Globo sobre o Noel Rosa com aquele vestidinho roxo.

Ah, segue o link do disco






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Baia - Habeas Corpus

Trabalho solo de Baia.







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terça-feira, 10 de junho de 2008

Adoniran Barbosa

"Táuba de tiro ao Álvaro / não tem mais onde furar"

Ia dizendo que abaixo estariam disponíveis para deleite público e gratuito dois discos do Adoniran, mas, na verdade, é um disco "Adoniran e Convidados" e o outro é uma gravação do programa "Ensaio" da TV Cultura. Ambos estão num único link.

Deleitem-se.

Adoniran Barbosa e Convidados
1. Fica mais um pouco amor
2. Tiro ao Álvaro (com Elis Regina)
3. Bom dia tristeza (com Roberto Ribeiro)
4. Casamento do Moacir (com Talismã e conjunto)
5. Viaduto Sta. Efigênia (com Carlos Vergueiro)
6. Auguenta a Mão, João (com Djavan)
7. Acende o Candieiro (com Nosso Samba)
8. Apago o fogo, mané
9. Prova de Carinho (com Vânia Carvalho)
10. Vila Esperança (com MPB-4)
11. Iracema (com Clara Nunes)
12. No morro do piolho
13. Despejo na favela (com Gonzaguinha)
14. Torresmo à Milanesa (com Clementina de Jesus e Carlos Vergueiro)


Adoniran Barbosa - Ao vivo (Ensaio da TV Cultura)
1. Saudosa Maloca
2. Filosofia
3. Malvina
4. Joga a Chave
5. Por onde andará Maria
6. Mãe, eu juro
7. Samba do Ernesto
8. Conselho de Mulher]
9. As Mariposas
10. Um samba no Bexiga
11. Abrigo de vagabundos
12. Prova de Carinho
13. Vila Esperança
14. Despejo na favela
15. Acende o Candeeiro
16. Zum zum zum
17. Senta, senta
18. Trem das Onze

Link Único

sábado, 7 de junho de 2008

Oswaldo Montenegro - Seu Francisco

Oswaldo Montenegro interpretando ao seu jeito e ao vivo algumas músicas do Chico Buarque, que, como ele mesmo diz no show, "nos ajudou a folhear esse imenso almanaque que é o Brasil, de Pixinguinha a Tom Jobim".

Desfrutem sem moderação.







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Links Corrigidos

Respeitáveis incautos que continuam desavisadamente a mover para frente o contador de visitas, corrigi alguns links que estavam fora do ar. São eles todos os do Creedence, o "Baladas do Asfalto ao vivo" do Zeca Baleiro, o "4" e o "Bloco" do Los Hermanos, o duplo do Karnak e o Katarse. Acho que, por enquanto, é isso.
Vou arrumando aos poucos.

Atenciosamente,

Alifanfarrão

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Paulo Leminski - Livros

Não precisa ser um leitor ou visitante bem atento para perceber que o alimentador deste humilde blog devota um certo apreço para com o legado literário de Paulo Leminski, este curitibano que, tal qual um cachorrolouco, faria chover no meu piquenique se à semelhante atividade de entrenimento fosse eu afeiçoado. No entanto, a fim de prevenir surpresas a possíveis incautos, decidi reafirmar esta minha preferência pelo judoca polaco mediante a disponibilização de alguns de seus escritos para download. Certamente não estarão presentes todos os guardanapos e anotações avulsas escrivinhadas pelas paredes por onde passou Paulo Leminski, mas o que deixarei aqui já está também de bom tamanho para saciar parcialmente a curiosidade de quem quer que seja. E para aqueles desavisados e pobres descaminhados que sequer ouviram falar de P. Leminski, além de pena, deixarei a possibilidade de conhecê-lo por meio da biografia de Paulinho Vaz.

Humildemente,

Alifanfarrão!

O Bandido que sabia latim




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Agora é que são elas




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Anseios Crípticos 2






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Catatau






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Distraídos Venceremos






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Jesus a. C.





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La vie en close





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