"Havemos de favorecer e ajudar aos necessitados e desvalidos. Hás de saber, Sancho, que este, que vem pela nossa frente, o capitaneia o grande Imperador Alifanfarrão, senhor da grande Trapobana; e estoutro, que marcha por trás das minhas costas, é o do seu inimigo el-rei dos garamantes Pentapolim do Arremangado Braço, porque sempre entra nas batalhas com o braço direito nu. Este Alifanfarrão é um pagão furibundo, e está enamorado da filha de Pentapolim. Seu pai não quer dá-la ao rei pagão”.
terça-feira, 30 de junho de 2009
domingo, 28 de junho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Aforismos: José Saramago II
- "é bem certo que os paraísos não são todos iguais, há-os com huris e sem huris, porém, para sabermos em que paraíso estamos basta que nos deixem espreitar à porta. Uma parede que proteja da nortada, um telhado que defenda da chuva e do sereno, e pouco mais é preciso para viver no maior conforto do mundo. Ou nas delícias do paraíso".
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Garotos Podres - A Internacional (ao vivo e legendado)
Das barricadas da Comuna de Paris ao punk rock dos subúrbios do ABC!
terça-feira, 16 de junho de 2009
Estou Lendo: "Manuscritos Econômico-Filosóficos" de Karl Marx
Marx antecipa em alguns anos a tese weberiana do “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, ao considerar que juntamente ao aumento das carências a economia política clássica promove o esvaziamento das carências humanas e dos meios para satisfaze-las como princípio moral por excelência ao calcular “a vida mais escassa possível como norma”. E prossegue logo depois: “A economia nacional, esta ciência da riqueza é, por isso, ao mesmo tempo, ciência do renunciar, da indigência, da poupança e ela chega efetivamente a poupar ao homem a carência de ar puro ou de movimento físico. Esta ciência da indústria maravilhosa é, simultaneamente, a ciência da ascese e seu verdadeiro ideal é o avarento ascético, mas usurário, e o escravo ascético, mas producente. O seu ideal moral é o trabalhador que leva uma parte de seu salário à caixa econômica (...). A auto-renúncia, a renúncia à vida, a todas as carências humanas, é a sua tese principal. Quanto menos comeres, beberes, comprares livros, fores ao teatro, ao baile, ao restaurante, pensares, amares, teorizares, cantares, pintares, esgrimires etc., tanto mais tu poupas, tanto maior se tornará o seu tesouro que nem as traças nem o roubo corroem, teu capital. (...) Tudo o que o economista nacional te arranca de vida e de humanidade, ele te supre em dinheiro e riqueza” (p. 141-142).
O ascetismo da economia nacional chega ao seu clímax na teoria da população, quando esta afirma haver seres humanos demais. Segue Marx: “até mesmo a existência dos homem é um puro luxo, e se o trabalhador é ´moral´ (Mill sugere louvores públicos para aqueles que se mostrarem abstinentes nas relações sexuais e repreensões públicas para aqueles que pecam contra esta esterilidade do casamento... não é isto moral, doutrina da ascese?) será poupado na procriação. A produção do homem aparece como miséria pública” (p. 143).
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Estou Lendo: "Manuscritos Econômico-Filosóficos" de Karl Marx
“(...) quem gerou o primeiro ser humano e a natureza em geral?
Só posso responder-te: a tua pergunta é, ela mesma, um produto da abstração. Pergunta-te como chegas àquela pergunta; interroga-te se a tua pergunta não ocorre a partir de um ponto de vista ao qual não posso responder porque ele é um ponto de vista invertido. Pergunte-te se aquele progresso como tal existe para um pensar racional. Ser tu te perguntas pela criação da natureza e do ser humano, abstrais, portanto, do ser humano e da natureza. Tu os assentas como não-sendo e ainda queres, contudo, que eu te os prove como sendo. Digo-te eu, agora: se renuncias à tua abstração, sê então conseqüente, e quando pensando pensas o ser humano e a natureza como não-sendo | |XI|, então pensa-te a ti mesmo como não-sendo, tu que também és natureza e ser humano. Não penses, não me perguntes, pois, tão logo pensas e perguntas, tua abstração do ser da natureza e do homem não tem sentido algum. Ou és um tal egoísta que assentas tudo como nada e queres, tu mesmo, ser?
Tu replicar podes a mim: eu não quero assentar o nada da natureza etc.; pergunto-te pelo ato de surgimento dela, assim como pergunto ao anatomista pela formação dos ossos etc.
Mas, na medida em que, para o homem socialista, toda a assim denominada história mundial nada mais é do que o engendramento do homem mediante o trabalho humano, enquanto o vir a ser da natureza para o homem, então ele tem, portanto, a prova intuitiva, irresistível, do seu nascimento por meio de si mesmo, do seu processo de geração. Na medida em que a essencialidade (Wesenhaftigkeit) do ser humano e da natureza se tornou prática, sensivelmente intuível; na medida em que o homem [se tornou prática, sensivelmente intuível] para o homem enquanto existência da natureza, e a natureza para o homem enquanto existência do homem, a pergunta por um ser estranho, por um ser acima da natureza e do homem – uma pergunta que contém a confissão da inessencialidade da natureza e do homem - tornou-se praticamente impossível. O ateísmo, enquanto rejeição (Leugnung) dessa inessencialidade, não tem mais sentido algum, pois o ateísmo é uma negação de Deus e assenta, por intermédio dessa negação, a existência do homem; mas o socialismo enquanto socialismo não carece mais de uma tal mediação; ele começa a partir da consciência teorética e praticamente sensível do homem e da natureza como [consciência] do ser. Ele é consciência de si positiva do homem não mais mediada pela superação da religião, assim como a vida efetiva é a efetividade positiva do homem não mais mediada pela supra-sunção da propriedade privada, o comunismo. O comunismo é a posição como negação da negação, e por isso o momento efetivo necessário da emancipação e da recuperação humanas para o próximo desenvolvimento histórico. O comunismo é a figura necessária e o princípio energético do futuro próximo, mas o comunismo não é, como tal, o termo do desenvolvimento humano – a figura da sociedade humana” (p. 114).
Só posso responder-te: a tua pergunta é, ela mesma, um produto da abstração. Pergunta-te como chegas àquela pergunta; interroga-te se a tua pergunta não ocorre a partir de um ponto de vista ao qual não posso responder porque ele é um ponto de vista invertido. Pergunte-te se aquele progresso como tal existe para um pensar racional. Ser tu te perguntas pela criação da natureza e do ser humano, abstrais, portanto, do ser humano e da natureza. Tu os assentas como não-sendo e ainda queres, contudo, que eu te os prove como sendo. Digo-te eu, agora: se renuncias à tua abstração, sê então conseqüente, e quando pensando pensas o ser humano e a natureza como não-sendo | |XI|, então pensa-te a ti mesmo como não-sendo, tu que também és natureza e ser humano. Não penses, não me perguntes, pois, tão logo pensas e perguntas, tua abstração do ser da natureza e do homem não tem sentido algum. Ou és um tal egoísta que assentas tudo como nada e queres, tu mesmo, ser?
Tu replicar podes a mim: eu não quero assentar o nada da natureza etc.; pergunto-te pelo ato de surgimento dela, assim como pergunto ao anatomista pela formação dos ossos etc.
Mas, na medida em que, para o homem socialista, toda a assim denominada história mundial nada mais é do que o engendramento do homem mediante o trabalho humano, enquanto o vir a ser da natureza para o homem, então ele tem, portanto, a prova intuitiva, irresistível, do seu nascimento por meio de si mesmo, do seu processo de geração. Na medida em que a essencialidade (Wesenhaftigkeit) do ser humano e da natureza se tornou prática, sensivelmente intuível; na medida em que o homem [se tornou prática, sensivelmente intuível] para o homem enquanto existência da natureza, e a natureza para o homem enquanto existência do homem, a pergunta por um ser estranho, por um ser acima da natureza e do homem – uma pergunta que contém a confissão da inessencialidade da natureza e do homem - tornou-se praticamente impossível. O ateísmo, enquanto rejeição (Leugnung) dessa inessencialidade, não tem mais sentido algum, pois o ateísmo é uma negação de Deus e assenta, por intermédio dessa negação, a existência do homem; mas o socialismo enquanto socialismo não carece mais de uma tal mediação; ele começa a partir da consciência teorética e praticamente sensível do homem e da natureza como [consciência] do ser. Ele é consciência de si positiva do homem não mais mediada pela superação da religião, assim como a vida efetiva é a efetividade positiva do homem não mais mediada pela supra-sunção da propriedade privada, o comunismo. O comunismo é a posição como negação da negação, e por isso o momento efetivo necessário da emancipação e da recuperação humanas para o próximo desenvolvimento histórico. O comunismo é a figura necessária e o princípio energético do futuro próximo, mas o comunismo não é, como tal, o termo do desenvolvimento humano – a figura da sociedade humana” (p. 114).
quinta-feira, 11 de junho de 2009
sexta-feira, 5 de junho de 2009
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