sexta-feira, 9 de março de 2012

Hindi Zahra - Try Again - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Beautiful Tango - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Imik Si Mik - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Fascination - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Kiss & Thrills - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Set Me Free - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Don't Forget - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Ahiyawa - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Voices - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Intro Orientale - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Stand Up - Live in Frankfurt

Hindi Zahra - Broken Ones - Live in Frankfurt

quarta-feira, 7 de março de 2012

Manuel Bandeira - Vou-me Embora Pra Pasárgada (em sua voz)

Estou lendo: "O Tempo e o Cão", de Maria Rita Kehl

"Aquele que se encolhe diante do conflito torna-se conformista. Ou fatalista, para utilizarmos o termo que Walter Benjamin colocou no centro de sua concepção de melancolia. A depressão, equivalente psicanalítico da melancolia benjaminiana, se expande sobre o terreno de onde o sujeito se retirou. O declínio da referência ao conflito tanto na diâmica da vida psíquica quanto na dinâmica social, favorece a ´indolência do coração´, atitude fatalista que caracteriza, para Benjamin, o melancólico. Essa atitude, que no pensamento de Benjamin resulta da traição da perspectiva do sujeito na luta de classes, guarda uma forte analogia com aquela que Lacan designou como traição da via desejante, a única pela qual, para o autor, o sujeito deveria sentir-se legitimamente culpado".

KEHL, M. R. O Tempo e o Cão: a atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo, 2009, p. 219.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Das vantagens de ser bobo - Clarice Lispector por Aracy Balabanian



O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Vigotski - O Significado Histórico da Crise da Psicologia

"A pedra que rejeitaram os construtores,
essa veio a ser a pedra angular..."

Com esta epígrafe, inicia o texto teórico-metodológico em que Vigotski faz uma revisão crítica dos principais sistemas psicológicos de sua época, suas determinações histórico-sociais, seus limites e suas possibilidades. Com isso, ele pretendia lançar as bases para a construção de uma ciência unitária da psique humana, que superasse o impasse chamado por ele de "crise da psicologia", na qual haveria uma dicotomia entre uma abordagem espiritualista-idealista e uma materialista mecanicista para os problemas da psique. A saída proposta por ele era o desenvolvimento de uma psicologia geral, que, em suas palavras, não seria nada além de uma "dialética da psicologia". Eis o desafio lançado por ele em 1927.


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VIGOTSKI, L. S. Teoria e Método em Psicologia. Martins Fontes: São Paulo, 1996, pp. 203-417.