segunda-feira, 30 de julho de 2007

Mula Manca e a Fabulosa Figura

Eu sou uma fuinha. Já perdi uma tarde inteira de trabalho fuçando coisas na internet. Quase sempre encontro coisas boas. Meus amigos me dão boas referências. Foi numa dessas incursões internáuticas que eu encontrei a Mula Manca. A Thaís me pergunta, às vezes, como eu encontro essas coisas. Resposta fácil e prepotente: elas me encontram.
Mula Manca e a Triste Figura foi uma banda de Recife que eu conheci por acaso. Eles lançaram o cd "Circo da Solidão" em 2004. O nome da banda veio do romance de Cervantes, assim como o nome do blog que ora lês. Digo que o nome da banda "foi" porque em 2007 eles revisaram, ficaram um pouquinho menos melancólicos e trocaram o "e a Triste Figura" pelo "e a Fabulosa Figura". Então, para não haver mais dúvidas, a despeito do título da postagem, o nome da banda atualmente é Mula Manca e a Fabulosa Figura.
O nome mudou por ocasião do lançamento do segundo cd: Amor e Pastel (2007). Ambos estão disponíveis para download na página do grupo: www.mulamanca.com. Mas estarei disponibilizando o primeiro para download aqui no blog.

http://www.4shared.com/file/21011643/c99c2865/Circo_da_Solido.html

Luís Fernando Veríssimo - Diálogo

>> > H -(Entra em casa)

>> >M - Oi!

>> >H - Oi!

>> >M - Trabalhou muito?

>> >H - Sim.

>> >M - Tá cansado?

>> >H - Um pouco.

>> >M - Toma um banho!

>> >H - Vou sim... preciso....... (Banho.)

>> >M - Ué... vai sair?

>> >H - Vou dar uma volta.

>> >M - Sozinho?

>> >H - É... sozinho.

>> >M - Vai aonde?

>> >H - Por aí.

>> >M - Sozinho?

>> >H - É.

>> >M - Certeza?

>> >H - Sim.

>> >M - Quer que eu vá com você?

>> >H - Não... pode deixar... prefiro ir sozinho.

>> >M - Vai sozinho andar pela cidade?

>> >H- É.

>> >M - De carro?

>> >H - Sim.

>> >M - Tem gasolina?

>> >H - Sim... coloquei.

>> >M - Vai demorar?

>> >H - Não... coisa de uma hora.

>> >M - Vai a algum lugar específico?

>> >H - Não... só rodar por aí.

>> >M - Não prefere ir a pé?

>> >H - Não... vou de carro.

>> >M - Traz um sorvete pra mim!

>> >H - Trago... que sabor?

>> >M - Manga.

>> >H - Ok... na volta eu passo e compro.

>> >M - Na volta?

>> >H - Sim... senão derrete.

>> >M - Passa lá, compra e deixa aqui.

>> >H - Não... melhor não! Na volta... é rápido!

>> >M - Ahhhhh!

>> >H - Quando eu voltar eu tomo com você!

>> >M - Mas você não gosta de manga!

>> >H - Eu compro outro... de outro sabor.

>> >M - Aí fica caro... traz de cupuaçu!

>> >H - Eu não gosto também.

>> >M - Traz de chocolate... nós dois gostamos.

>> >H - Ok! Beijo... volto logo...

>> >M - Ei!

>> >H - O que?

>> >M - Chocolate não... Flocos...

>> >H - Não gosto de flocos!

>> >M - Então traz de manga prá mim e o que quiser prá você.

>> >H - Foi o que sugeri desde o começo!

>> >M - Você está sendo irônico?

> >H - Não... tô não! Vou indo.

>> >M - Vem aqui me dar um beijo de despedida!

>> >H - Querida! Eu volto logo... depois.

>> >M - Depois não... quero agora!

>> >H - Tá bom! (Beijo.)

>> >M - Vai com o seu ou com o meu carro?

>> >H - Com o meu.

>> >M - Vai com o meu... tem cd player... o seu não!

>> >H - Não vou ouvir música... vou espairecer...

>> >M - Tá precisando?

>> >H - Não sei... vou ver quando sair!

>> >M - Demora não!

>> >H - É rápido... (Abre a porta de casa.)

>> >M - Ei!

>> >H - Que foi agora?

>> >M - Nossa!!! Que grosso! Vai embora!

>> >H - Calma... estou tentando sair e não consigo!

>> >M - Porque quer ir sozinho? Vai encontrar alguém?

>> >H - O que quer dizer?

>> >M - Nada... nada não!

>> >H - Vem cá... acha que estou te traindo?

>> >M - Não... claro que não... mas sabe como é?

>> >H - Como é o quê?


>> >M - Homens!

>> >H - Generalizando ou falando de mim?

>> >M - Generalizando.

>> >H - Então não é meu caso... sabe que eu não faria isso!

>> >M - Tá bom... então vai.

>> >H - Vou.

>> >M - Ei!

>> >H - Que foi, cacete?

>> >M - Leva o celular, estúpido!

>> >H - Prá quê? Prá você ficar me ligando?

>> >M - Não... caso aconteça algo, estará com celular.

>> >H - Não... pode deixar...

>> >M - Olha... desculpa pela desconfiança... estou com saudade... só isso!

>> >H - Ok meu amor... Desculpe-me se fui grosso. Tá.. eu te amo!

>> >M - Eu também!

>> >M - Posso futricar no seu celular?

>> >H - Prá quê?

>> >M - Sei lá! Joguinho!

>> >H - Você quer meu celular prá jogar?


>> >M - É.

>> >H - Tem certeza?

>> >M - Sim.

>> >H - Liga o computador... lá tem um monte de joguinhos!

>> >M - Não sei mexer naquela lata velha!

>> >H - Lata velha? Comprei pra a gente mês passado!

>> >M - Tá.. ok... então leva o celular senão eu vou futricar...

>> >H - Pode mexer então... não tem nada lá mesmo...

>> >M - É?

>> >H - É.

>> >M - Então onde está?

>> >H - O quê?

>> >M - O que deveria estar no celular mas não está...

>> >H - Como!?

>> >M - Nada! Esquece!

>> >H - Tá nervosa?

>> >M - Não... tô não...

>> >H - Então vou!

>> >M - Ei!

>> >H - Que ééééééé?

>> >M - Não quero mais sorvete não!

>> >H - Ah é?

>> >M - É!

>> >H - Então eu também não vou sair mais não!

>> >M - Ah é?

>> >H - É.

>> >M - Oba! Vai ficar comigo?

>> >H - Não vou não... cansei... vou dormir!

>> >M - Prefere dormir do que ficar comigo?

>> >H - Não... vou dormir, só isso!

>> >M - Está nervoso?

>> >H - Claro, porra!!!

>> >M - Por que você não vai dar uma volta para espairecer?


domingo, 29 de julho de 2007

Caros Amigos

Textinho saído no boletim virtual da revista "Caros Amigos" (www.carosamigos.com.br) em 28 de Junho. É um pouquinho longo, mas vale deveras a pena.

Tristes crônicas de um país sem graça

por Fábio Reynol

1997
Era uma noite quente de abril quando cinco estudantes bem alimentados e educados sob os auspícios da fina flor da sociedade brasiliense se cansaram de seus videogames e resolveram sair às ruas à caça de brinquedos mais emocionantes. Os mimos dados por papai e mamãe não mais satisfaziam os impulsos desses meninos sapecas e cheios de energia.

Um deles ofereceu o carro – outro brinquedinho patrocinado por papai – e os demais embarcaram. Não demorou para a capital federal lhes apresentar uma diversão digna de gente de alta estirpe. Avistaram uma construção pública que lhes era completamente estranha. Sabiam que chamavam aquilo de "ponto de ônibus", para eles algo absolutamente inútil. Como podem gastar dinheiro público com coisas assim? Pensavam. Aquilo só servia para oferecer abrigo a quem se utilizava do transporte público, outro conceito que eles não conheciam nem de perto. Ademais, nunca se imaginaram colocando seus abonados buzanfãs tratados a talquinho italiano num banco de concreto tão nojento.

Naquela noite estrelada, eles descobriram que o dito equipamento público tinha outra função que era muito mais nociva à sociedade dos meninos educados. O ponto também servia de abrigo a indigentes que, como o próprio nome diz, são menos que gente. Essa espécie se enquadra numa categoria entre os cachorros e os ratos, uma vez que muitos cães encontram abrigos quentes e sociedades que os protegem e os ratos se escondem nos esgotos para não se exporem em pontos de ônibus. Imagine a indignação experimentada pelos rapazes ao encontrar naquela parada de ônibus um desses indivíduos que emporcalhavam a cidade com a própria existência.

Numa atitude patriótica e de cunho sócio-saneador, o grupo que estudou nas mais caras escolas da cidade decidiu cauterizar aquele cancro social. Imbuídos desse nobre dever cívico, espalharam combustível o mais uniformemente possível sobre aquela subpessoa que ousara nascer num mundo muito mais educado do que ela. Riscaram um fósforo e observaram com atenção (como convém aos que conhecem o método científico) como se comportava o fogo ao queimar um material tão vil e de tão pouca serventia. Satisfeitos, voltaram para casa com a sensação do dever cumprido e admirados com a própria capacidade de unir prazeres e obrigações. Dormiram tranqüilos.

No dia seguinte, o mundo desabou sobre suas iluminadas e endinheiradas cabecinhas. Só metade de sua contribuição à sociedade havia se completado. O alvo tinha sido eliminado, é certo, só que ele não era um indigente, mas um índio o que o colocava numa categoria ligeiramente superior aos moradores de rua, ainda que não gozasse do status de "gente". Claro que além do amparo dos poderosos papais que vieram em seu socorro, havia também a eloqüente justificativa que pesou em seu favor: "Foi mal! Pensamos que fosse um mendigo!" A "Justiça", que por cinismo ou deboche gosta de usar esse nome no Brasil, nem considerou homicídio, preferiu classificar a estripulia como "agressão física". Afinal, o que matou o índio foram as queimaduras não o ato dos marotos.

Quatro passaram pouco tempo em pseudo-prisões de onde saíam para tomar cerveja e fazer faculdade (afinal eram educados!). Desde 2004, estão sob liberdade condicional, ou seja, condicionada a que não cometam mais diabruras nem gestos de crianças mal-educadas. O quinto nem foi incomodado porque era menor (ops!) criança!

2007
Cinco capetinhas da crème de la crème carioca, satisfeitos por viverem num país em que há "Justiça" (eles nunca notaram a sutil piadinha por trás dessa palavra) também saíram à noite a brincar e a gastar a mesada que os papais lhes davam. Eles se esbaldavam numa fresca madrugada de junho na Cidade Maravilhosa, quando se depararam com aquela aberração que o governo insistia em manter nas vias públicas: o ponto de ônibus. Sob o abrigo, identificaram outra subespécie que não deveria jamais conviver com seres humanos: a das prostitutas. Cheios de altivez moral, não pensaram duas vezes em sair de seu carro e limpar o quintal de casa dando uma boa surra nessas criaturas que tinham a petulância de se intitular "mulheres" e ainda mais "da vida".

Pecaram pela desobediência. Lembra quando a mamãe falava para não deixar os brinquedinhos largados por aí? Pois é. Deixaram o carrinho de ferro solto na rua e enquanto brincavam de defender o bom nome da high society carioca, um taxista anotou a placa do dengo que papai havia dado. Por absoluto azar, uma das mulheres espancadas resolveu prestar queixa. Para o espanto da molecada, aquela pessoa (agora podemos chamá-la assim) tinha um status mais elevado em seu ranking sócio-biológico das espécies. Era uma empregada doméstica! Daquelas do mesmo tipo que eles tinham em casa e que lavavam as suas cuequinhas. "Mil perdões! Foi mal! Pensamos que fosse uma prostituta!"

2017
A madrugada chegou fria e úmida numa metrópole brasileira. O governo já eliminara o mal que um dia havia gerado tanta revolta e indignação popular: o ponto de ônibus. Agora não existia mais abrigo para as criaturas economicamente rastejantes que emporcalhavam o cenário urbano. Cinco meninas bem maquiadas da classe média-chique da cidade, felizes por viverem num país em que funcionava a Justiça (naquela época o termo já havia adquirido outro sentido o que eliminou de vez a jocosidade e as aspas) saíram para a balada a se divertir e a exibir as novas Pradas e Louis Vuittons combinantes com os seus novos tons capilares de Loreal Paris. Uma delas, em meio ao barulho da boate, não conseguia falar com a amiga pelo celular, por isso foi à calçada tentar escutar melhor o seu MotoBlackBeltBerryExibition de oitava geração.

Por pura ironia do acaso, a moça parou sobre aquilo que um dia havia sido um ponto de ônibus. Por um azar só explicável pela conjunção astral daquela noite, passavam naquele exato momento cinco garotos recém-foragidos do Gueto Fluminense (ex-Baixada). É bom explicar que o governo, numa sábia decisão em prol do saneamento público, houve por bem murar todas as favelas e áreas periféricas consideradas de alto risco (leia-se: baixa renda). Só saíam delas os oficialmente credenciados, o que não era o caso dos garotos em questão. Pensando que se tratava de um brinco caro, os rapazes arrancaram num puxão o MotoBlackBeltBerryExibition da moça. Na verdade, o microaparelho era muito mais caro do que a maioria dos brincos caros, pois era cravejado de pedras preciosas e ainda fazia projeções holográficas com progressive scan. Todavia, os rapazes não estavam nem aí para o progressive scan da menina e também arrancaram a Prada Snobation de US$3.800,00, uma das poucas da cor fúcsia vivant que a garota possuía. Não contentes com a feira já garantida, os garotos sentiram um ímpeto não se sabe de onde de espancar a moça. Deixaram-na semimorta sobre aquele ex-ponto de ônibus.

Foram todos presos. Desta vez, não haveria perdão. Iriam pegar 15 anos de cana cada um numa penitenciária com grades, carcereiros e superlotação. Não eram meros meninos sapecas, mas marginais formados pela escola do crime (já que a escola pública não lhes abrira as portas). Os pobres ainda tentaram, em vão, lançar mão de um antigo atenuante: "Desculpa aí! Foi mal! Pensamos que era uma socialaiti!"

Fábio Reynol é jornalista.

José Saramago

Este é outro velho louco. Às vezes me pego pensando em como eu prefiro a companhia dos mortos e dos velhos que sequer sabem que eu existo à companhia de algumas pessoas que sabem mais do que eu da minha existência. Mas, enfim, imbuído daquele preceito de que se você consegue de graça na internet você deve repassar na mesma moeda, disponibilizo um arquivo com algumas obras do português José Saramago. Ele ganhou o nobel de literaruta. Mas não é por isso que eu gosto dele. Leiam o Ensaio Sobre a Cegueira e vocês vão perceber sobre o que eu estou falando.
Neste arquivo tem os seguintes livros:
  • A Caverna
  • A Jangada de Pedra
  • Folhas Políticas
  • História do Cerco de Lisboa
  • Levantado do Chão
  • Memorial do Convento
  • O Ano da Morte de Ricardo Reis
  • O Homem Duplicado
  • Todos os Nomes
http://www.4shared.com/file/20940746/491004b4/Saramago.html

Pablo Neruda



Eu sempre gostei de poesia, mas sempre achei muito difícil fazê-la. Sou teimoso, mas sem talento. O resultado dessa teimosia desprovida de qualquer talento pode ser comprovada algumas postagens abaixo.
De qualquer maneira sempre gostei de ler mesmo não entendendo tudo. Nos dias de preguiça, as metáforas me cansam e eu não enveredo pelos caminhos que elas me sugerem. Mas o tal do Pablo Neruda eu gosto. Disponibilizo o link onde vocês podem baixar uma coletânea bem feita de poesias dele. Não é nada muito oficial, mas ajuda a quem procura uma primeira aproximação.

http://www.4shared.com/file/20939577/d9962015/neruda_coletanea.html

sexta-feira, 27 de julho de 2007

O Barra - Zé Com a Mão na Porta

Dica do meu cunhado. Endereço de um grupo teatral chamado O Barra que lança um musical chamado "Zé Com a Mão na Porta". No site você pode comprar o disco, mas pode ouvir gratuitamente a obra. É só entrar em "Músicas".
O "site" tem um visual bem interessante. Os textos se aproximam e se afastam com um clic. Mais fácil do que afastar aquele prato de salada que sua mãe te obrigava a comer quando era criança e mais fácil do que aproximar aquele bife que sua mãe relutantemente te oferecia depois para que seus dentes de leite caíssem logo de uma vez.
Eles classificam "Zé Com a Mão na Porta" como um Ópera Rock. Alguém pode me dizer o que isso quer dizer? Agradecido.

http://www.obarra.com/

Pato Fu

Recém saído do forno. Nem sabia que eles tinham voltado ao estúdio. Este Cd será lançado nas lojas em Agosto. Daqui a alguns dias. Aqui vocês o tem em segunda mão. Aproveitem. As primeiras 25 pessoas que fizerem o download deste cd e divulgarem o blog para mais 11 amigos receberão um email dizendo o nome do amor da vida de cada um (individualmente e com sigilo garantido pela lei 1.346/64) e um manual do tipo "100 Maneiras de Amarrar O Seu Amor".
E, por hoje é só pessoal!



Downloadeie este disco

Zeca Baleiro - Lado Z

Nem bem ganhei o DVD do Zeca Baleiro e do Fagner da minha namorada e me deparei com essa postagem no blog "Um Que Tenha". Coincidência? Nem tanto. Coincidência foi o que aconteceu quando fui visitar um amigo meu que me apresentou à obra do já falecido sambista brequeiro Moreira da Silva. Ele me mostrou duas músicas: Amigo Urso e Na Subida do Morro e me mandou procurar o resto. Que surpresa a minha quando ao chegar em casa, baixar este Cd do Zeca de 2006 e ouvir "Na Subida do Morro" gravada na 4º faixa em parceria com Jards Macalé.
Muito boa pedida este Cd. E todas as faixas na faixa!
Que piada infame. Minhas escusas!

Downloadeie aqui (corrigido)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Duelo filosófico

Muito bom esse vídeo. Foi produzido por um grupo de humor inglês engraçado chamado Monty Python. Acompanhem. Vale a pena!

Gostou? Quer mais? Tá...



Idéias para um dia de tédio com "t" grandão

Está entediado com a vida e não aguenta mais ficar sem fazer nada num dia chuvoso e resfriado?
Quer uma dica? Lá vai.
É permitido tentar isso em casa! Boa sorte!

Gravações

Vou postar agora as gravações das letras transcritas abaixo.
Peço desculpas antecipadas aos ouvidos sensíveis. Qualquer dificuldade de audição, seja de ordem técnica ou por conta de possíveis momentos desafinados, atribuam à má qualidade do equipamento.
Agradecido.

http://www.4shared.com/file/20739875/54ab31a/Cssius_-_As_Idas_e_Vindas_do_Sr_Lazy.html

http://www.4shared.com/file/20739974/738fe9bb/Cssius_-_no_fosse_o_contrrio_seria_assim.html

Minhas Letras 2

Quando comecei a escrever essa letra, era para ser uma música engraçada. Queria fazer uma sátira da pseudotendência suicido-depressiva de algumas pessoas (principalmente dos emos). Mas não consegui escapar. Ela ficou triste.
Mas sem maiores riscos físicos...

Não fosse o contrário, seria assim

Não fosse o absurdo do salto tentado à janela
O absurdo da vida escondida seria mais belo
Não fosse a tristeza sem graça do riso banguela
Chocaria bem mais em sua frente o vazio da tijela

Não fosse o casal sob a chuva na esquina se amando
Seria o menino com frio o motivo do pranto
Não fosse a leitura do livro o cansaço do dia
Faltaria fraqueza e o tédio então findaria

Queria eu enfrentar mil dragões
Ver em moinho gigantes anões
Confiante na minha armadura, em minha triste figura
Com minha lança lutar

Minhas Letras

Me assusta como a gente se engana. Eu sempre penso no chuveiro. É uma mania, um costume bobo. Porque não dá pra escrever no chuveiro. E as idéias desaparecem quando acaba o banho. É como se elas tivessem sido secadas na toalha. Mas foi no banheiro que eu escrevi a idéia do que transcrevo abaixo.

As idas e vindas do Sr. Lazy

De criativo no meu ócio só crescem adipócitos

Milho aos pombos, tardes longas e receitas da TV

De criativo nem ao que meus olhos e ouvidos se transmite


Sou matéria fisiológica todo dia preso, encarcerado

Espanto minha imagem presa no espelho do banheiro

Onde a fluidez da água lava a superfície fria


Ei você, venha comigo de braços dados a marchar

Sem medo de se ferir e não há tempo pra fugir

O tempo rasga minha pele e não perdoa hesitação

Diga “adeus” ao Peter Pan e pintaremos o amanhã


Vejo a cidade se expandindo a passos largos

O verde é derrubado e brotam luzes artificiais

Pra logo, logo a primavera ser vendida em cestas nas feirinhas


Meus vícios de linguagem são cópias da televisão

Que me ensina como me portar e ser para sempre vão

Nas rodinhas me alugo dando uma de Jabor