As idas e vindas do Sr. Lazy
De criativo no meu ócio só crescem adipócitos
Milho aos pombos, tardes longas e receitas da TV
De criativo nem ao que meus olhos e ouvidos se transmite
Sou matéria fisiológica todo dia preso, encarcerado
Espanto minha imagem presa no espelho do banheiro
Onde a fluidez da água lava a superfície fria
Ei você, venha comigo de braços dados a marchar
Sem medo de se ferir e não há tempo pra fugir
O tempo rasga minha pele e não perdoa hesitação
Diga “adeus” ao Peter Pan e pintaremos o amanhã
Vejo a cidade se expandindo a passos largos
O verde é derrubado e brotam luzes artificiais
Pra logo, logo a primavera ser vendida em cestas nas feirinhas
Meus vícios de linguagem são cópias da televisão
Que me ensina como me portar e ser para sempre vão
Nas rodinhas me alugo dando uma de Jabor
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