Da indolência da matéria única que havia
A explosão foi capaz de tirar
O tempo lento da formação
Do que há e houve.
Explodiu e inaugurou o que hoje há.
Há, mas não mais como havia.
Passou o tempo e o tempo passa.
Passou lento, passa depressa.
Antes, era pelo dia, pela noite, pelas estações.
A atividade humana criou o que existe
No tempo da natureza.
Usou seu tempo, criando usos seus.
Valorizado era seu uso.
Valores de uso.
Transformar para viver
Carências em necessidades.
A satisfação vinha com o tempo
E seu uso.
Valores de uso.
Agora, não mais.
Depressa passa o tempo.
Rápido ele passa
Mas para quem?
Uso do tempo acelerado
Ou acelerado uso do tempo?
Uso?
Mas para quem?
Para o uso?
Não mais.
Mas para "si" mesmo.
“Si”, quem? – pergunta o outro.
Para o outro? Não mais.
O uso é puro substrato, carcaça.
Concreto portador da abstração.
Coisa morta para o “Si” que se basta.
Foi uso.
Não mais.
Antes, usado.
Agora, usa.
E reduz.
Valor de uso.
Valor.
Valor de us.
Valor.
Valor de u.
Valor.
Valor de.
Valor.
Valor d.
Valor.
Valor.
Valor.
Foi uso. Não mais.
Antes, usado. Agora, usa.
Usa quem? – pergunta o outro.
E reduz.
28/02/2012.
2 comentários:
adorei o poema, mas quem é o autor?
Eu mesmo...
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